Melgaço – Os méritos de uma política cultural
Foi ontem, no Auditório 2 do CPI em Gualtar, que tivemos oportunidade de conhecer mais profundamente o que tem vindo a ser feito em termos culturais no concelho de Melgaço. A sessão de trabalho começou com o visionamento do documentário Memória(s) de Fronteira, produzido por Nuno Soares, do projecto audiovisual SmartBox, e que aborda, na primeira pessoa, a emigração e o contrabando no concelho de Melgaço. Estas eram práticas habituais em meados do século XX, altura em que dos dois lados da fronteira se vivia em regime ditatorial e onde as condições económicas não eram suficientes para sustentar famílias numerosas.
A produção audiovisual é um dos conteúdos que pode ser encontrado no Espaço Memória e Fronteira, um projecto museológico que, como nos contou Angelina Esteves, chefe da divisão de Comunicação e Cultura da Câmara de Melgaço, reveste-se de enorme importância para a memória futura de uma população marcada pelo sentimento de (não)pertença.
Há um passado que se perde no tempo e no espaço, um percurso que abre um vácuo identitário numa das regiões mais setentrionais de Portugal, agora cristalizado num acervo construído de espólio oferecido gentilmente pela população. Anamnese e esquecimento tocam-se, ainda que assimptoticamente, relembrando que o conteúdo da memória é inseparável dos seus campos de objectivação.
Mas, a política cultural do concelho, que vem sendo trabalhada continuadamente por Angelina Esteves há cerca de 14 anos, materializa-se em muito mais, com destaque para:
– Biblioteca Municipal
– Casa da Cultura
– Espaço interpretativo da Torre do Castelo
– Núcleo Museológico de Castro Laboreiro
– Museu do Cinema
– Arquivo Municipal
– Festa da Cultura
– Companhia profissional de teatro “Comédias do Minho”
Saliente-se a aposta feita numa política cultural de proximidade que confere ao melgacense um papel preponderante no sucesso das iniciativas.
Por tudo isto, valerá a pena visitar Melgaço com muita atenção.
Fica muita vontade de visitar Melgaço!
Heidi