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O Lugar no plural

“A nossa relação com o espaço e o com tempo tem sofrido transformações significativas, acompanhando o ritmo acelerado do desenvolvimento das tecnologias de informação, a diversidade de estímulos visuais, o surgir de novos padrões de consumo e de mobilidade, entre outros, gerados pelos sistemas globais. Estes acontecimentos tendem a condicionar, de modos específicos, a experiência pessoal, directa, com o mundo à nossa volta” (Traquino, 2010: 19) – e os Lugares, funcionam como “pontos de referência a partir dos quais nos podemos posicionar e estruturar” (Traquino, 2010: 8).

“Vivemos o agora separado do aqui, o tempo separado do espaço, como estando simultaneamente em todo o lado em em lado algum” (Traquino, 2010: 17).

São vários os sociólogos que abordam a questão da dissociação espaço/tempo na modernidade. Aqui interessa ficar com a ideia de que a noção de pertencer a um lugar se tornou particularmente complexa no mundo contemporâneo, pois em muitas situações o mundo contemporâneo compromete a possibilidade de proximidade física com o Lugar. Sentimos-nos a pertencer a vários lugares e, muitas vezes, em simultâneo – isto deve-se, em grande parte, ao uso das novas tecnologias. A Internet permite que estejamos em vários lugares sem sairmos do próprio espaço em que nos encontramos fisicamente (entre quatro paredes, tantas vezes!). Surgem lugares imateriais, é certo, em que estamos presentes sem o estarmos, em que encontramos pessoas sem as encontrar, em que nos divertimos, amamos, odiamos, choramos, sofremos, vivemos, nos realizamos ou estamos sozinhos – tudo isto sem realmente o estar. Que realidade irreal esta!

As tecnologias de informação transformam o mundo da Internet num autêntico mundo paralelo ao “real”, ao físico. (Web)Site, Myspace, Blogosfera, Cyberspace, Domínio, Endereço, Homepage, (redes sociais como o Facebook, em que estamos) – o vocabulário deste mundo virtual é pautado por conceitos que se prendem com espaço e que se transformam em Lugares pela nossa experiência deles, pelas nossas vivências e muitas vezes pelo grau de afectividade e tempo que lhes cedemos.

Graças às novas tecnologias “estamos no quintal de cada um (na expressão de Featherstone)” (Traquino, 2010: 13).

(Imagem retirada daqui)

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Grupo do Mestrado no Facebook

O mundo hoje em dia pertence ao Facebook e como tal, não poderia deixar de criar um grupo nosso no mundo.
Torna-se mais fácil dar avisos, trocar informações e etc. Quem ainda não foi adicionado a ele, aqui tem o link.


https://www.facebook.com/groups/274986369205351/

Até amanhã

The Invisible Republic of Internet

Recentemente, o mundo viu-se confrontado com as revoluções operadas nos países árabes – concretamente na Tunísia e no Egipto – e a discussão sobre o papel dos novos media ganhou contornos mais visíveis. Se, por um lado, a facção céptica desvaloriza o poder mobilizador de ferramentas sociais como Twitter e Facebook, por outro, é estabelecida uma relação causa-efeito entre a crescente utilização de novas tecnologias e as revoluções operadas. A Dr. Rasha A. Abdulla, professora associada de Jornalismo e Comunicação de Massas da Universidade Americana no Cairo, realizou uma sondagem em Tahrir Square que pretende, de uma forma científica, estabelecer essa possível ligação.

A investigação de Rasha Abdulla, que conta com uma década de trabalho, já produziu três livros sobre o tema, entre os quais se conta The Internet in the Arab World, publicado em 2007. Há uns meses, Rasha Abdulla falou sobre esta questão no Personal Democracy Forum.

Ainda sobre a participação cívica nos novos meios de comunicação de massas, vale a pena ler o artigo de Ronda HaubenNetizens in Egypt and the Republic of Tahrir Square.